quinta-feira, 19 de junho de 2008

VIOLÊNCIA NOS HOSPITAIS!!!???




Utentes e profissionais tendem a não participar casos
São muito poucas as queixas que chegam à Inspecção-Geral de Saúde
Psiquiatria e pediatria são as áreas onde há mais queixas de violência sobre utentes nos hospitais, mas, segundo apurou o DN junto de fonte da Inspecção Geral da Saúde, são muito raras as queixas de agressões a doentes por parte de profissionais de saúde que chegam a este organismo. A mesma fonte disse que "contam-se pelos dedos de uma mão as queixas de violência que recebemos" e admite que a psiquiatria e a pediatria são as áreas "com mais ocorrências", com utentes e pais de crianças, respectivamente, a queixarem-se.

O aviso ontem do Procurador-geral da República (PGR) a revelar que ir virar atenções para a violência em meio hospitalar surpreendeu vários responsáveis na área da saúde, que garantem não ter conhecimento de casos de violência contra utentes.

Manuel Delgado, antigo presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), também admite que a psiquiatria é uma das áreas em que existem mais casos de violência. Mas este responsável diz que se tratam de agressões de doentes contra profissionais. "Há casos de elevada agressividade, que resultam da própria patologia", explica. Manuel Delgado salienta que enfermeiros e médicos são os mais expostos à violência porque "estão em contacto com doentes e sobretudo acompanhantes em situações de grande ansiedade".

Pedro Lopes, o actual presidente da APAH, diz que as reclamações sobre o comportamento de médicos e enfermeiros estão a crescer, mas que a principal causa é a demora no atendimento. "As queixas contra médicos são as mais frequentes, mas são raras as que dizem respeito a atitudes: às vezes há uma resposta menos simpática, uma palavra que cai mal. De violência física, não conheço nenhuma".

José Paixão, da comissão de utentes de Anadia, lembra que os portugueses são avessos a fazer reclamações formais. Salienta que não conhece nenhum caso de violência física contra utentes, admitindo que estes não querem comprometer o tratamento médico e têm medo de represálias. "Não existe a cultura de fazer queixa", diz o presidente do Conselho Jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros. Também Pedro Nunes, da Ordem dos Médicos, disse ao DN "não ter conhecimento de queixas".

Patrícia Jesus “In Diário de Noticias de 19/06/2008”

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