segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

COMPAIXÃO



A ideia de compaixão acompanha as religiões e as sociedades desde sempre. Embora segundo Sponville (1995, p. 113) referir que “ a compaixão tem má fama: ninguém gosta de ser alvo dela, nem tão pouco senti-la”. Muitos encaram compaixão simplesmente como o acto de fazer o bem ao outro, outros encaram de uma forma mais complexa, como um sentimento de simpatia profundo para o outro que foi acometido pelo infortúnio, acompanhado por um desejo forte de aliviar o sofrimento. No entanto, simpatia como refere Sponville (1995, p. 114) ser “ a participação afectiva nos sentimentos dos outros (estar em simpatia è sentir com, ou da mesma maneira, ou um pelo outro), bem como o prazer que daí resultam.” Sponville considera então a simpatia como um sentimento e não como uma virtude.
Já Aristóteles considera que a compaixão significa etimologicamente sentir ou sofrer com o outro. O seu excesso paralisa, na medida em que se constitui na síndrome de “o coração partido”. A sua deficiência anda associada à “dureza de coração” e, portanto, à insensibilidade. Sponville, também corrobora esta ideia uma vez que refere que “a participação no sofrimento dos outros”( p.115)
No Budismo, compaixão pode ser traduzida como simpatia activa, afeição delicada, envolve o sentimento do outro como parte de nos próprios.
Sponville avança com a ideia de que para os budistas a compaixão é talvez a maior virtude de todas. Uma vez que a compaixão, como nos diz (1995, p. 119) “ é o amor na medida em que afecta o homem de tal maneira que ele regozija com a felicidade dos outros e se entristece com a sua desdita”. Considerando que a compaixão é “ uma virtude singular que nos abre não apenas a toda humanidade mas ao conjunto dos vivos ou, pelo menos, dos que sofrem” (p. 122)

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