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Uma criança fugiu de casa. Um policia estranhou de ver a criança andar sempre no passeio em volta de um quarteirão repetidamente. Ao abordar a criança esta respondeu.
- Fugi de casa, mas o meu pai proibiu-me de atravessar a estrada.
Ao analisar esta história, podemos imediatamente distinguir duas situações distintas. A primeira tem a ver com a vontade da criança em fugir, a segunda tem a ver com a proibição do pai, em a criança atravessar a rua.
No entanto a proibição sobrepôs-se à vontade. A criança tem vontade de fugir, fá-lo provavelmente porque o pai nunca imaginou que essa ideia assolasse a criança, no entanto não atravessa a rua pois o pai deve tê-lo dito inúmeras vezes.
Se analisarmos a criança à luz de Kohlberg a criança insere-se numa moral heterónoma. Sendo moralidade um conjunto de normas e regras. Esta caracteriza-se por uma moral de obediência, de constrangimento e de respeito unilateral, uma orientação moral onde falta o perspectivismo e a reversibilidade. Portanto, uma moralidade baseada sobretudo no medo do castigo e cinge-se a uma obediência estrita à autoridade, neste caso o pai. Para Piaget esta criança relativamente à concepção do dever, é externo e de obediência à autoridade. Apesar de que segundo Piaget (citado por Lourenço, p72) a criança insere-se na fase do egocentrismo que se caracteriza por “querer ganhar e nunca perder”. No entanto os conceitos de moralidade pré-convencional e de perspectiva social egocêntrica, propostos por Kohlberg 1976) e Selman 1976) relativamente à concepção do dever porque a autoridade assim quer e a quem a criança obedece por razões exteriores, não por consciência.
Encontro explicação para este episódio à luz de Freire, já que este descreve três tipos de consciência: mágica, ingénua e crítica. Parece-me então que esta criança se insere numa consciência mágica os acontecimentos domina-os de fora (heteronomia), cruza os braços porque se considera incapaz de fazer algo diante dos factos.
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